No centro de Cairo a expectativa é tentar reunir um milhão de manifestantes. Unidos pelo mesmo objetivo, acabar com a soberania e poder do presidente Hosni Mubarak, multidão pede sua renúncia. O regime de Mubarak já dura 30 anos. “Nossa primeira condição é que Mubarak saia” diz comunicado “Só depois disso o diálogo poderá começar”.
Esta segunda-feira, dia 1º de fevereiro de 2011, está marcada pelo oitavo dia de protesto. A manhã já começa agitada na Praça Tahrir, local escolhido para ser o epicentro das manifestações. Há crianças, jovens e idosos que se movimentam com bandeiras e cartazes. “O povo despediu o presidente”. Os resultados desses seis primeiros dias de protesto são cem mortos e milhares de feridos. O exército que hoje está considerando legítimas as reivindicações prometeu não reprimir. O governo egípicio, por outro lado, tenta impedir que os manifestantes se comuniquem pela internet. Um blecaute atinge o povo deixando todos offline, sem nenhum tipo de acesso ao ciberespaço. A Google anunciou a criação de uma forma de acesso as redes socias por intermédio de telefones. Quem está no Egito pode fazer ligações grátis para um número nos Estados Unidos. A mensagem é digitalizada e postada na hora ficando acessível no mundo todo.
É difícil não comparar esse regime autoritário de Mubarak com os antigos Faraós do Egito. A semelhança chega a ser óbvia, os povos sufocados pelo poder de um aristocrata. A minoria que se vê injustiçada e agora, depois da renúncia do então presidente da Tunísia eles se sentem estimulados. Mas na verdade esse protesto já havio sido pensando por um ano, e enfim o povo está conseguindo realizá-lo. É bom ver o estímulo nos olhos daqueles egipícios e isso deveria estimular mais jovens a lutarem por direitos democráticos. O mundo deveria ser mais revoltado. Mais agitado no sentido de impulsionar mudanças, estimular a auto-avaliação das pessoas para com os governos autoritários e reprimistas. Não só cobrar do governante, o presidente, mas também dos vereadores, prefeitos, senadores, entre tantos outros que possuem poder e não usam de forma justa. Não é fácil, mas pode ser feito.
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